segunda-feira, 24 de maio de 2010

A importância da Internet para a Democracia Participativa

A importância da Internet para a Democracia Participativa

Postado na categoria:
Comportamento, Internet, Política • 18 de abril de 2010por João Kepler abr, 18, 2010.

Uma Democracia Direta é qualquer forma de organização na qual todos os cidadãos possam participar diretamente no processo de tomada de decisões. No sistema tradicional de Democracia Indireta (ou democracia representativa), os cidadãos elegem representantes, os quais serão responsáveis pela tomada de decisões em seu nome. Este é o processo mais comum de tomada de decisão nos governos democráticos, como o brasileiro e por isto é também chamado de mandato político.


O termo Democracia Participativa (ou Semi-Direta), entretanto, pode ser usado para descrever sistemas mistos, onde Democracia Direta e Indireta coexistem. Nesses sistemas de Democracia Semi-Direta, além da existência de representantes eleitos que tomam a maior parte das decisões em nome dos cidadãos, o povo também têm a oportunidade de influenciá-las através de iniciativas populares, plebiscitos, recall e referendos (ratificação de decisões de representantes).


Apesar de já existirem em nosso ordenamento constitucional, os instrumentos de Democracia Participativa, como os mencionados acima, estamos vivendo um novo momento mais intenso de participação popular no cenário político. A mídia, a imprensa e principalmente a INTERNET, tem tido um papel fundamental para esta nova safra de cidadãos antenados e dispostos a discutir e até determinar ações.).


Muito se fala em campanha eleitoral pela Internet, uso de ferramentas sociais para mobilizar pessoas em função de uma candidatura, informação em tempo real, doações individuais via internet e etc.. Porém, pouco está sendo discutida o Pós-Eleição. Caso o candidato ganhe, como fica a massa mobilizada?; Como ficam as cobranças em relação ao proposto ou prometido?; Como manter os eleitores informados?; Como dar a sensação de uma participação ativa no mandato?).


Pois é, este é o ponto crucial que precisa ser debatido com preocupação e atenção, porque após essa eleição com campanhas eleitorais baseadas na Internet, os eleitores virtuais vão querer participar muito mais e de alguma forma do mandato do político escolhido.).


Recentemente vimos a força da Internet e da mobilização virtual no Projeto FichaLimpa, milhares de assinaturas pedindo que o projeto fosse votado no congresso.).


A chamada Web 2.0 (ilustração acima) pode ser apontada como ponto propulsor da participação política de cidadãos através da internet. Uma pesquisa do DataSenado aponta que a grande rede é a segunda mídia mais utilizada para aquisição de informação sobre política no Brasil, perdendo somente para a televisão.

A era do Eleitor Virtual redesenha as coisas. A democracia eletrônica ou democracia digital, reforça a participação do eleitor e pode acabar se tornando em deliberações públicas, onde o dono do mandato segue o que foi decidido por seus “mobilizados”, “simpatizantes virtuais” ou até “militantes” (como queiram chamar). Inúmeras ferramentas da Internet, como: Twitter, Orkut, Youtube, Facebook, chats, Blogs, salas de conferências, fóruns, mailing list, entre muitas outras, permitem um debate instantâneo e uma interação entre aqueles que pretendem e podem decidir.

A internet já é hoje um mecanismo que aumentou o controle e a vigilância sobre as ações governamentais, na verdade já se verifica em todo mundo uma maior transparência nos vários poderes mediados pela internet. Os cidadãos têm assim maior possibilidade de acompanhamento, por exemplo, das contas públicas, de atos e da informação. O meio OnLine já é uma das principais ferramentas para as definições políticas e de governos colocando a opinião popular como parte principal do processo de tomada de decisão.

Portanto, os “estrategistas digitais” que aconselham seus candidatos, tem que ficar atentos com a legião de “mobilizados” em função das propostas apresentadas, pois fatalmente o político vai ser cobrado e acompanhado a cada segundo pro resto da sua vida pública. Caso o eleitor virtual perceba que foi enganado, o político será exacrado pela internet, na mesma velocidade com que conseguiu se eleger.

Como diria S. Exupéry, na obra O Pequeno Príncipe, “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” No mundo virtual eu diria para o político: “Você é muito mais responsável e preso eternamente aos que você em algum momento cativou“ Nos Estados Unidos por exemplo, depois da famosa vitória de Barack Obama com a ajuda da Internet, ele continua a usando a plataforma da internet para conseguir apoio às suas políticas.



Mantém uma equipe para a discussão virtual com os seus eleitores, além de um portal, www.whitehouse.gov que é um grande exemplo de como governos podem ser mais transparentes e manter o diálogo com o público, mesmo depois do fim da campanha eleitoral.

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